O mundo é feito de mudanças, é verdade, mas, a rigor, continuo pensando como um sábio senil, apesar de respeitar e aceitar outras opiniões: relacionamentos, para mim, deveriam ser à moda antiga, isto é, compromisso sério – namorar, noivar e casar: eis o curso natural da vida a dois. A independência amorosa moderna não encontrou morada na minha vida. E, invariável e certamente, continuarei com as minhas posturas conservadoras até os meus últimos suspiros. É certo – como um mais um são três!
A minha convicção é essa de cima, mas não faço “cara feia” (e até aceito) a idéia dos casais viverem um relacionamento liberal. Indecisão? Falta de opinião? Insanidade minha? Não. O mote dos críticos dos relacionamentos liberais, que cravam, “ninguém é de ninguém” não partilha da minha opinião, pois os costumes e os comportamentos evoluem, a meu ver. E vou além: é possível, sim, manter um relacionamento sério e ao mesmo tempo liberal (acredito nisso). O casal deve encontrar a sua fórmula.
Os tempos mudam e com eles a maneira como espreitamos as questões que envolvem nossos relacionamentos, caso contrário, as mulheres, até hoje, estariam apartadas do convívio quando menstruassem. Os leprosos continuariam usando roupas com guiso. E as mulheres adúlteras seguiriam sendo apedrejadas, por exemplo. Que tal? A realidade impõe mudanças e adaptações, impedi-las é querer reeditar Romeu e Julieta (1595) e enrijecer o amor. O tempo não pára, não pára!(CE)
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Não sou fã de metáforas, mas às vezes elas são necessárias. Vejo um relacionamento de futuro como uma casa: sólida, com fundação, cheio de objetos – leia-se sentimentos – e com um firme telhado. Mas o que fazer quando resolvem abrir uma das janelas?
Relacionamentos abertos não são mais tão raros como no tempo de nossos pais. Antes, eram vistos como algo amoral e por vezes equivocado. É, nem tudo mudou. Ainda são encarados com olhos de repulsa, mas com um membro diferente de antes: A mulher. Ela ganhou mais espaço, voz, independência, autonomia. Com isso, tem mais opinião, vontade e querer.
As que não cegaram pelos romances em telas e livros, não esperam mais pelo príncipe encantado, pois além de ser lerdo, quando chega algum dia, revela-se mais próximo de um sapo. A consequência é que elas não tem mais o medo de tentar até acertar - e isso compreende sair com errados até achar o certo. Sim, meus caros, ela é livre e a liberdade entra também no âmbito amoroso. E isso compreende não firmar um compromisso sério até entender que este seja realmente o que quer.
Nenhuma tentativa é vã, portanto, relacionamentos abertos podem não ser os perfeitos - ou longe disso quando se quer um futuro - mas hoje em dia, diante de tantas alternativas menos confiáveis e distantes do mínimo de respeito, a relação mais livre, com consentimento de ambos – é bom deixar claro! - é possível. Não digo que seja a ideal, mas diante de tantas supostamente fiéis, mas com tetos de vidro, esta pode ser mais respeitosa do que suponhamos ser possível. Não tentarei, pois ainda creio no amor à moda antiga, mas quer saber? Com respeito, respeito-os.(MP)