Eu tenho um poema. E parece pretensão começar um texto assim. Mas eu tenho um poema, que foi escrito dias antes do embarque a Portugal e fala justamente sobre o que mexe comigo nove meses depois.
O poema trata de encontros e desencontros, mas não é o assunto principal. O assunto principal é o tempo. O tempo quando ele não é o mesmo para duas pessoas.
Isso é o que tem me fascinado, apesar de eu já ser um burro de carga do tema. E então aqui está o poema:
Este tempo que foge pra todos
Fugiu pra gente também
Tempos distintos
Tempos aquém
De tempos em tempos
O amor vai e vem
A gente nunca sabe
Quando passa outro trem
Neste jogo romântico da entrega, do dar e receber, do esperar que se tenha, do ter sem espera, do cobrar e ser cobrado, do amar e ser amado... enfim, nestas duas solidões que se abraçam e se deglutem (créditos e palmas a Drummond), o sentimento é falso protagonista.
Espera lá... nem tanto. O sentimento é daqueles protagonistas pré-definidos, a quem criam o roteiro. Mas o tempo entrou na trama também, e conquistou espaço, adquiriu importância, rouba cada vez mais atenção.
Foi em um filme qualquer que ouvi: “Não é quem, é quando”. E até pausei a película para refletir sobre o riscado. A gente está tão inserido no contexto do amor, nesse romantismo todo, que parece que a vida é uma peregrinação fluida para atingi-lo.
Estudamos, aprendemos, trabalhamos, viajamos, nos exercitamos, lemos, jogamos, comemos, nos divertimos, contemplamos, nos preocupamos... e parece que no fim das contas é o amor que esperamos bater à porta – ou à janela, ou derrubar a estrutura com um aríete.
E eis que o tempo dita se o enlace vai ou não adiante. Não é o sentimento. É o tempo. Quem participa de momentos diferentes não interage. Mesmo para alguém abdicar de alguma coisa, a frequência precisa ser igual ou próxima.
“Não é quem, é quando”. Uma convenção que se calcifica em nós. (Gustavo Jaime)
O poema trata de encontros e desencontros, mas não é o assunto principal. O assunto principal é o tempo. O tempo quando ele não é o mesmo para duas pessoas.
Isso é o que tem me fascinado, apesar de eu já ser um burro de carga do tema. E então aqui está o poema:
Este tempo que foge pra todos
Fugiu pra gente também
Tempos distintos
Tempos aquém
De tempos em tempos
O amor vai e vem
A gente nunca sabe
Quando passa outro trem
Neste jogo romântico da entrega, do dar e receber, do esperar que se tenha, do ter sem espera, do cobrar e ser cobrado, do amar e ser amado... enfim, nestas duas solidões que se abraçam e se deglutem (créditos e palmas a Drummond), o sentimento é falso protagonista.
Espera lá... nem tanto. O sentimento é daqueles protagonistas pré-definidos, a quem criam o roteiro. Mas o tempo entrou na trama também, e conquistou espaço, adquiriu importância, rouba cada vez mais atenção.
Foi em um filme qualquer que ouvi: “Não é quem, é quando”. E até pausei a película para refletir sobre o riscado. A gente está tão inserido no contexto do amor, nesse romantismo todo, que parece que a vida é uma peregrinação fluida para atingi-lo.
Estudamos, aprendemos, trabalhamos, viajamos, nos exercitamos, lemos, jogamos, comemos, nos divertimos, contemplamos, nos preocupamos... e parece que no fim das contas é o amor que esperamos bater à porta – ou à janela, ou derrubar a estrutura com um aríete.
E eis que o tempo dita se o enlace vai ou não adiante. Não é o sentimento. É o tempo. Quem participa de momentos diferentes não interage. Mesmo para alguém abdicar de alguma coisa, a frequência precisa ser igual ou próxima.
“Não é quem, é quando”. Uma convenção que se calcifica em nós. (Gustavo Jaime)
2 comentários:
O sentimento resiste ao tempo.O tempo dita a continuidade do enlace, caso exista sentimento.
O tempo nos faz acostumar com determinada situação(alguém) nos fazendo confundir os sentimentos, amor#dependência, qdo sabemos essa diferença, tudo se esclarece.
Bjos!!
Maravilha poder ver novamente um texto do Gustavo no Dois em Xeque.
Adorei como sempre as palavras.
Beijus.
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