24 de maio de 2009

Amor egoísta


Já falo dos ‘umbiguistas’ há um bom tempo. Mas os apresento para quem ainda não conhece o tipo. São seres que não veem nada além do próprio umbigo. Não notam o mundo à sua volta, afinal são o centro do universo. Não ligam para os problemas e sentimentos alheios, pois não são os seus. E, claro, não ligam para as outras pessoas, pois o mundo já está completo em sua auto suficiência.

O egoísmo impera nas relações dos seres ‘umbiguistas’. Para eles não há ninguém mais importante que eles mesmos, afinal são os melhores, os maiores. Não percebem, no entanto, que são também os maiores perdedores quando o assunto é relacionamento. Afinal, uma relação exige a presença e comprometimento de duas pessoas e não de um ego que ocupa todo o espaço de um namoro ou casamento.

Se seu namorado, ficante, esposa acha que a relação de vocês é de mão única, onde só há investimento de um das partes, e se esquece que um relacionamento não pode e nem deve ser uma acomodação eterna, sugiro que reavalie quanto o seu sangue é importante para você, pois com um vampiro a sugar-lhe eternamente, pouco dele irá sobrar. (MP)
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O sujeito egoísta, intencionalmente ou não, concebe o relacionamento somente a partir da sua posição, notando apenas a sua própria imagem e os seus interesses – a pessoa egoísta é como o Sol, o Astro-rei, que marca posição na Via Láctea impelindo uma imensidão de planetas, asteróides e cometas a gravitarem na sua direção. O egoísmo, embora muitas vezes inconsciente, diminui, menospreza, é ingrato, e centra toda atenção numa única pessoa: em si mesma e no próprio “umbigo”.

O seu namorado se sente a estrela solitária e reinante? Ele é do tipo que come, dorme e bebe na sua casa e é incapaz de prestar-lhe um favor, por exemplo? Quer dizer, pede, pede e pede e nada em troca? Ele é daqueles que agem sem pedir-lhe nenhuma opinião? Ele não demonstra mais aquele carinho e dedicação do começo do casamento? Espero que não. A hora, entretanto, é de agir e lutar por aquilo que lhe é de direito, se este é o seu caso.

As recompensas de um relacionamento (atenção, respeito, dedicação e tantas outras coisas) devem ser mútuas, pois, caso contrário, o amor murcha e esvai-se. Você entrega com uma mão e recebe com a outra. Simples assim? É. Eu sei que na prática nem sempre é assim, mas uma conversa resolve em muitos casos. O certo é que o amor não encontra espaço onde reina comportamentos individualistas. E se ele continuar insistindo em ser o centro do universo amoroso, mande-o para Netuno, Plutão, Saturno ou algum lugar mais distante! (CE)

18 de maio de 2009

Os sem namorados

O mundo, na história da humanidade, nunca esteve tão pequeno. Nunca. Ele continua com o mesmo tamanho, é verdade, mas a distância entre dois corações ainda é uma questão que não conseguimos diminuir. O mundo está nos nossos dedos. O ser humano, por exemplo, voa sem asas, mergulha sem barbatanas, no entanto, encontrar um grande amor continua sendo como “encontrar agulha num palheiro”. Por quê isso? Eu não sei.

O ser humano é individualista, repleto de vícios e recaídas, e descobrir uma parceira nesse mundão de gente, que nos aceite como somos, é uma missão ingrata. O amor é um sujeito, digamos, “ensaboado”, “arisco”, visto que não marca dia e, muito menos, hora para acontecer – ele simplesmente aparece. Você não escutará, caro leitor, nenhum tipo de som, campainha ou aviso de aproximação, uma vez que o amor também é silencioso.

Eu não creio que sair pelas ruas caçando um amor seja a melhor saída, pelo contrário, condeno isso, pois os príncipes dos contos não são boêmios, notívagos ou gostam de cervejinhas. O amor é imperfeito, está longe de ser uma ciência exata, e não pode ser comprado, alugado ou emprestado, muito menos está montado num cavalo branco alado – aliás, as estórias da “Cinderela” ou da “Bela Adormecida” criaram uma imagem masculina turva. Eu gosto do “Lobo Mau”, porque tem mais a ver com o nosso jeitão humano e imperfeito de ser! (CE)


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É muito fácil arrumar um namorado. Primeira verdade. É muito difícil arrumar um namorado que valha a pena. Segunda verdade. O que vemos por aí são vários biscoitos no pacote, mas a maioria com data de validade vencida. Indigestão, diga não!

Se estou só, sinto algo pela pessoa e se acho que há algum futuro numa relação, eu aceito o pedido de namoro. Não acertei na maioria das vezes. O tempo foi passando e mostrou que mais valia curtir minha própria presença do que dividi-la em momentos fracos e inválidos para o meu futuro. Desisti, cruzei os braços e fechei meu coração? Não, apesar dos passos em falso, não me arrependo de ter tentado. Foram experiências que me levaram a quem eu tenho ao meu lado hoje.

Amadureci, conheci gente nova, bati a cabeça, dei murro em ponta de faca, mas não desisti de encontrar quem me fizesse sair da solteirice. Hoje estou bem acompanhada, minha solidão foi deixada no escanteio. Mas ainda ando sempre de mãos dadas com a certeza de que é preferível estar só a mal acompanhada. Pois hoje somo, ao invés de dividir, me amo antes de sentir algo por alguém, coloco a minha felicidade nas minhas próprias mãos e essa só depende de mim mesma. O importante não é estar namorando, mas estar bem, se está namorando. O status nada importa se a relação não leva a lugar algum.(MP)

10 de maio de 2009

Qual é o seu?

Bebê, amor, benhê, docinho, xuxu, môzinho, môzão, fofinho, patroa, neném, vida são alguns dos apelidos fofos permitidos para este horário. Outros, melhor deixar para as quatro paredes. O certo é que todo casal preserva um apelido carinhoso, seja para os momentos bons ou para os ruins se transformares em melhores.


Nestas horas o romantismo, o carinho pelo outro falam mais alto que o sentimento de vergonha que possa existir em qualquer face ou o machismo que muitas vezes teima em dar a feia cara. Nestes pequenos, mas carinhosos apelidos, vem não apenas um chamamento de voz, mas também do coração. Quer coisa mais saudável ao coração do que receber um telefonema, no meio de um dia estressante e escutar um: oi, amor?

Aos que ainda não têm esta prática de apelidar carinhosamente seu amor, não se preocupe, ainda há tempo e inspiração não vai faltar. Um momento dos dois, um olhar, uma cena, um beijo. Tudo é motivo para você achar o apelido que ficará marcado para sempre na mente e no sentimento de ambos. E por mais repetido que possa ser o seu apelido, não se preocupe, seu amor vai achá-lo o mais especial do mundo se for dito por você.(M.P)

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Os apelidos não são nenhuma novidade na humanidade: Alexandre, o mais notável conquistador, virou “O Grande”, antes mesmo da era cristã, um tempão atrás, por exemplo. O fato é que os apelidos, você sabe, foram ganhando novas roupagens e hoje muitos deles se vestem de mimos, não é assim? A capacidade inventiva dos casais voa longe, muito mesmo, e, sem dúvida, os apelidos explicam muita coisa dos relacionamentos – acredite se quiser!

Eles revelam muito de como somos, ou vemos nossa parceira, ou, além disso, como anda a relação. Eu, no auge da minha insapiência, apostaria em muitas teorias para explicar tal fenômeno, mas este não é objetivo agora. O meu tipo, embora romântico, é mais conservador: a minha namorada, para mim, é “Amor”, variando usualmente para o diminutivo “Amorzinho”. Eu evito as invencionices, nada contra, mas não gosto de coisas meladas, apegadas demais, apodos que marcam a pessoa igual gado.

O curioso é que esse jeitão durão, apesar de
démodé, rende muitos elogios dela – mesmo evitando coisas do tipo “coração”, “anjinha”, “nega”, “bebê”, “pequena”, “lindinha”, “tigreza”, “love”, “docinho” ou outras coisas do gênero. Os nossos apelidos ficam na intimidade e rendem muitas risadas, pois nos lembram de coisas antigas e das nossas virtudes, teimosias e manias – e, logicamente, viram muitas piadas e momentos de descontração entre a gente. E você, caro leitor, tem algum apelido? (C. E)

6 de maio de 2009

Pausa para o café

Clarice Lispector


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.

Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!