16 de março de 2011

Eu te amo

Mil palavras poderiam somar-se a outras mil palavras na tentativa de serem notadas.
Tolas, não sabem que não é a quantidade, mas a qualidade que as faz se tornarem uma certeza.
Em outro canto, pequenas letras iniciam a jornada rumo ao desconhecido. Aventuram-se na incerteza do que formarão, mas dão um primeiro passo contrárias ao medo.
Usadas por muitos, formam desgravos, alegrias, sorrisos e lágrimas. Inocentes, continuam a persistir na tentativa de fazerem não somente uma, mas várias pessoas felizes ao serem ditas de forma doce, firme, pueril, esperançosa, enamorada, apaixonante.
Elas creem. Elas se unem. Elas aguardam e esperam. Elas tombam. Elas recomeçam. Elas desistem e persistem. Elas emudecem.
Um dia alguém resolve usá-las outra vez. Limpa a poeira deixada pela falta de uso contínuo e as encara com certo receio, com medo e um misto de coragem. Elas podem fazer doer, pensa. Mas elas podem me fazer melhor, reflite.
Rumo ao desconhecido ele caminha com as palavras dentro da mente, esperando a hora certa de usá-la de vez. Enquanto isso, elas esperam já calejadas, mas esperançosas. Não acreditam que haja um momento certo, pois qualquer instante é hora de se fazer feliz.
Após instantes de frio na barriga, ele olha para ela. Reflite sobre aquelas palavras guardadas em sua mente e resolve passá-las adiante. Depois do silêncio das vozes, ele tira da mente o peso da dúvida, do "se", do devaneio, do suposto silêncio como reação e as solta, por fim: Eu te amo.
Elas suspiram. Ele respira. Ela perde o fôlego. Eles - pensam - como são doces as palavras. Elas renascem e agora fazem parte da lembrança de dois amantes. Que venham os próximos corajosos e ansiosos por amar sem medo. As palavras? Ah, elas estarão sempre por aí. (MP)

3 de março de 2011

O amor pelo olhar o outro

Parada no parque, me deliciando às escondidas (fugia daquela balança de casa que me olha com olhos recriminadores) com um pote de sorvete de chocolate, notei outro dia um casal de idosos, no alto de seus 80 anos. Parados frente a frente em um café, sorriam e contemplavam-se como se houvessem se conhecido há pouco. Pareciam ignorar a aliança que os marcavam há anos e que poderia supor a ambos que não houvesse mais nada a ser descoberto um para o outro...
Continua...