26 de outubro de 2009

Bate-cabeça

1. Por que homens se acham no direito de roubar um coração sem realmente quererem se envolver?

A tese que nós estamos preocupados com quantidade ao invés de qualidade não tem meu apoio. O homem quando descobre um amor verdadeiro se entrega sem medo. As histórias de amor provam isso, mas, vale lembrar que, muitos homens e mulheres descobrem o amor após muitos insucessos. Uma visão machista diria que os homens “roubam” corações, porque as mulheres não têm a capacidade de conquistá-los de verdade. O homem não resiste a uma pessoa que lhe complete verdadeiramente.

Vejo muitas mulheres doando-se por inteiro para que a relação dê certo, mas não parece ser jamais suficiente. Nem toco apenas no mote traição que continua imperando como comportamento normal entre as pernas, entre a maioria, mas pelo egoísmo, umbiguismo, auto-suficiência. Realmente uma visão machista diria que mulheres não sabem conquistar o coração dos homens, mas como seria esta conquista? me ame, mas me deixe ser individualista como já sou? Isso não me parece uma relação de mão dupla, ou muito menos uma relação.


2. Acredita que algum homem no mundo não caia em tentação quando uma mulher demonstra interesse por eles? (mesmo amando a namorada/esposa)?

Que pergunta cavilosa! Essa merecia páginas e páginas de explicações. O ser humano gosta de se sentir desejado. O ego agradece. O problema é quando nos deixamos levar por interesses alheios e, realmente, nós homens temos esse problema. A vida é cheia de situações que são como armadilhas e, por isso, temos, por obrigação, saber nos desvencilhar delas. A vida pode nos ensinar e até nos punir, mas também pode nos recompensar. Nós homens podemos ser duros e intransponíveis como uma rocha, depende de cada um.

Não creio ser preciso uma resposta longa, o caráter existe ou não existe, simples assim.


3. Quando estarão um dia maduros o suficiente para assumirem relações sérias como casamento?

É uma questão muito particular de cada pessoa. Uns atingem a maturidade pessoal muito antes da maioridade, enquanto outros não a alcançarão tão cedo. Essas coisas não têm dia nem hora para acontecer. Eu diria que os homens pensam no presente e as mulheres, em geral, têm uma propensão de pensar no futuro. É uma questão de ponto de vista. O casamento para os homens acontece naturalmente.

O curioso é que os homens enrolam, embromam até decidir a hora em que Eles querem casar. Sequer cogitam a possibilidade das mulheres não quererem. E as que querem este compromisso são meros enfeites se estante esperando seu lugar na fila da igreja?


4. Por que as mulheres pensam que todos os homens são iguais?

O inconsciente feminino tem dessas coisas – mitos, lendas e opiniões ilusórias. Os homens não são iguais e nunca o serão. Elas enxergam e divulgam o lado podre dos homens, no entanto, esse é apenas um lado da moeda. A culpa é da sociedade machista que sempre permitiu que os homens agissem livremente, impulsionado por interesses pessoais e até promíscuos, entretanto, com a liberalização feminina vemos que estamos todos “no mesmo barco”. Os homens e as mulheres são iguais.

Por anos a mulher viu o homem como aquele que pula a cerca, apenas um provedor financeiro e "fazedor"de filhos e alguém que troca lâmpada muito bem. Mas os homens são mais que isso e as exceções ao senso comum de que todos são grosseiramente iguais cai por terra a cada novo gesto sensível e passos de fidelidade e carinho. E os que saem da mesmice dos exeplos rudes, são maravilhosamente atraentes.


5. O que é mais importante num relacionamento: dinheiro, status social ou beleza?

O mais importante é sempre o amor. O dinheiro não compra nenhum amor. O status social não é garantia de sucesso no relacionamento. E a beleza é temporária. O tempo é implacável conosco, pois ficamos velhos, com a saúde lesada e limitados fisicamente, por exemplo. O verdadeiro amor, ao contrário, é perene. Ele não se entrega a modismos ou situações problemáticas. O resto ajuda, mas não são mais do que pequenos acessórios num relacionamento – são como penduricalhos numa árvore de natal, entende?

Amor e companheirismo. Por mais que tenha dinheiro, status e beleza, quantas plásticas, carros e cabelos sedosos serão precisos para olhar para o outro e dizer verdadeiramente 'eu te amo' ao fim da vida juntos?E de que valerá isso tudo se nem mais lembrarem para que serve? Um carro todos compram, um amor poucos têm.


6. Por que as mulheres sempre têm a necessidade de perguntar se os seus parceiros as amam (mesmo quando está tudo bem)?

A reafirmação é uma característica do amor que está muito mais presente nas mulheres do que nos homens, a meu ver. O importante é haver diálogo e “jogo aberto” entre o casal. Eu gosto de discutir a relação, mas sei que a classe masculina não partilha da mesma atitude; mesmo assim, acredito que as mulheres estão certas em perguntar se os seus parceiros ainda as amam.

Quem pergunta quer saber, se quer saber é porque tem dúvidas, se tem dúvidas é porque não possui um companheiro capaz de fazê-la segura no relacionamento do contrário, eu afirmo, elas não perguntariam. A solução é simples: conquiste-a todos os dias. E se você pensou nesta resposta e achou um absurdo, não está amadurecido o suficiente para amar e ser amado.

19 de outubro de 2009

Pausa para o Café

Não te quero - Pablo Neruda



Não te quero senão porque te quero,

e de querer-te a não te querer chego,

e de esperar-te quando não te espero,

passa o meu coração do frio ao fogo.



Quero-te só porque a ti te quero,

Odeio-te sem fim e odiando te rogo,

e a medida do meu amor viajante,

é não te ver e amar-te,

como um cego.



Tal vez consumirá a luz de Janeiro,

seu raio cruel meu coração inteiro,

roubando-me a chave do sossego,

nesta história só eu me morro,

e morrerei de amor porque te quero,

porque te quero amor,

a sangue e fogo.

12 de outubro de 2009

A infância já passou

A infância é uma fase linda, encantadora, maravilhosa e que deve ser bem aproveitada. Quando criança, alguns erros ainda são permitidos, afinal, a pessoa está em fase de descobrimento e crescimento, além do reconhecimento de si mesma. Mas, a infância só vai até os 12 anos – não adiantam brigar comigo, está na lei – e somente até os 12 anos, e nem adianta espernear.

Se você passou dessa idade, é bom encarar a vida como deve: seja um adulto amadurecido, ou pelo menos um adulto. Não há mais espaço para atitudes infantis, muito menos para mamãe passando mão na cabeça de marmanjo algum, a hora é de tomar conta do próprio nariz e de outras pessoas que vão precisar de você.

Bom humor é fundamental, mas isso não significa que você tem que incorporar um palhaço e tirar brincadeiras sem graça a todo instante. Ter espírito de criança e manter a alma leve é super importante, mas isso não quer dizer que você possa sair por aí brincando com as emoções alheias e muito menos tendo comportamento de uma criança sem comprometimento e responsabilidade. Modere e saberá como usufrui de sua fase o melhor que ela pode dar, mas, por favor, lembre-se que gritar mamãe para tudo é uma ofensa para ouvidos mais sensatos. (MP)


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Os psicólogos conceituam a imaturidade como “um desnível entre a idade cronológica e o comportamento”, ou seja, nada de novidade para a sabedoria popular. Eu, você e qualquer pessoa sabemos disso, porque as provas “vivas” da imaturidade estão espalhados e agindo sobre os relacionamentos amorosos. A maturidade vem para todo mundo, mais ou cedo ou mais tarde, mesmo que seja na véspera da morte. Um assombro, não é mesmo? O pior é conviver com uma pessoa não madura.

Os sinais de comportamentos instáveis num relacionamento são evidentes. Os exemplos? Aos montes: as crises de ciúmes, as críticas desmedidas ao parceiro, as mentiras, as omissões ou tergiversações inexplicáveis, os comportamentos intempestivos ou inconsequentes, os joguinhos psicológicos (ameaças, discussões, birras e até chantagens emocionais) e mais uma séria de coisas que dinamitam qualquer relacionamento. O tempo de criança acabou.

O relacionamento pode ir do céu ao inferno – sem pausas e paradas para respirar –, dependendo das nossas ações. A maturidade é sinal de experiência, tal como andar de bicicleta: muitas vezes, é preciso cair, machucar-se muito antes de equilibra-se e mover-se com desenvoltura. O amor é igual. A fórmula mágica do sucesso ainda não foi inventada, portanto, a saída é continuar evitando as armadilhas que a vida nos coloca e, claro, continuar andando de bicicleta – e com rodinhas se puder! O relacionamento agradece! (CE)

4 de outubro de 2009

Queda

Tenho queda por franja de lado e por nariz meio grande. Por voz rouca e pé bem cuidado. Por pouca maquiagem e sandália rasteira. Por bota clássica, vestido leve, blusa com ombro de fora e olhos que sorriem.Tenho queda por cabelo curto, por rabo de cavalo alto, por presilhas no topo, por nuca à mostra. All-star, jeans e covinhas. Por mulher que gosta de sushi, fala de cinema, escuta jazz e não tem frescuras.

Tenho queda pela graciosidade das de 20, pelo desembaraço das de 30. Por aquelas que, educadamente, fingem não notar o flerte e retribuem o olhar com delicadeza. Por mão nas madeixas, pela malícia de um decote, por não que é sim, por tatuagem no pé (que sobe pelo tornozelo), colar rústico e calcinha sunquini.

Tenho queda por mulher que cozinha, que aprecia bom vinho, se espreguiça devagarinho e quer companhia pra ir ao mar. Ri de piada sem graça, topa fazer nada junto, entende piada elaborada, solta os ombros para trás e acaricia a minha nuca enquanto dirijo.

E ao mesmo tempo em que tenho queda por todos esses pormenores encantadores, já há muito não caio...(Gustavo Jaime)