27 de julho de 2009

Pessoas com validade vencida

O relacionamento amoroso é um produto com validade? O comodismo, a preguiça, os programas rotineiros, o desinteresse, as surpresas desagradáveis são provas que certas pessoas realmente possuem uma data de validade. Ela está estampada e muito nítida nos jeitos e comportamentos de uma grande parte de pessoas, e apenas não percebe quem não quer! E sem falar naquele grupo de pessoas em que o rótulo de validade está escondido, quase imperceptível, em letras miúdas.

A questão é: como e quando descobrir isso? O como é simples porque se a pessoa, a rigor, é “perecível” seus comportamentos a delatarão, mais dia ou menos dia. O problema é quando. Uma hora vai ficar nítido, isto é, o tempo vai desmascará-la sem dúvida, mas o ideal seria que isso acontecesse antes de qualquer envolvimento amoroso – e eu e você, caro amigo, sabemos que isso, na maior parte das vezes, não acontece, não estou certo? As pessoas gostam mesmo de se arriscarem.

Os relacionamentos então se deterioram e se partem, restando apenas uma desventura amorosa ou, como resume o poeta, “o amor é eterno enquanto dure”. A ilusão traiçoeira é acreditar que apenas o amor conservará o relacionamento – nada disso. O amor é apenas um item dentre muitos que mantém duas pessoas unidas, mas não é suficiente sozinho para durar a eternidade. O jeito é aderimos à moda reciclável, inclusive no amor, ou então vamos parar na sarjeta! (CE)


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Não sei você, mas eu tiro e sempre tirarei da minha vida as pessoas com data de validade vencida. Seja o relacionamento que for, se namoro, amizade. Sabe quem não fede nem cheira? Pois é, estes são indiferentes para mim e, portanto, não merecem estar em minha vida.

Gente que não contribui ou acrescenta ou pior, atrapalha, trazendo energias no mínimo perturbadoramente negativas têm sim sua validade vencida. Tiro do caderninho com a mesma consideração que deram a mim. E não se falam de rogados achando que nunca fizeram isso em suas vidas. Pense naquela pessoa que lhe azucrinava a paciência, promovendo brigas, conversas miseravelmente infelizes com pessimismo ou fofocas e que hoje você sequer lembra o sobrenome? Pois bem, seja bem-vindo ao grupo dos sensatos.

Se você quer me manter em sua vida, aja de acordo. Seja presente, conquiste, não suma e muito menos me trate como se eu não existisse. Lembre-se que o olho por olho dos dias atuais pode ser muito pior do que antes.

Aqui deixo então nossas condições: Não nos tratem como coisas. Não somos feitos para sermos usados. Portanto, antes de entrar nas nossas vidas pensem bem se farão alguma diferença. Do contrário, poupem-nos do trabalho de retirá-los pela validade vencida. (MP)

19 de julho de 2009

Não é quem. É quando

Eu tenho um poema. E parece pretensão começar um texto assim. Mas eu tenho um poema, que foi escrito dias antes do embarque a Portugal e fala justamente sobre o que mexe comigo nove meses depois.

O poema trata de encontros e desencontros, mas não é o assunto principal. O assunto principal é o tempo. O tempo quando ele não é o mesmo para duas pessoas.

Isso é o que tem me fascinado, apesar de eu já ser um burro de carga do tema. E então aqui está o poema:

Este tempo que foge pra todos
Fugiu pra gente também
Tempos distintos
Tempos aquém
De tempos em tempos
O amor vai e vem
A gente nunca sabe
Quando passa outro trem

Neste jogo romântico da entrega, do dar e receber, do esperar que se tenha, do ter sem espera, do cobrar e ser cobrado, do amar e ser amado... enfim, nestas duas solidões que se abraçam e se deglutem (créditos e palmas a Drummond), o sentimento é falso protagonista.

Espera lá... nem tanto. O sentimento é daqueles protagonistas pré-definidos, a quem criam o roteiro. Mas o tempo entrou na trama também, e conquistou espaço, adquiriu importância, rouba cada vez mais atenção.

Foi em um filme qualquer que ouvi: “Não é quem, é quando”. E até pausei a película para refletir sobre o riscado. A gente está tão inserido no contexto do amor, nesse romantismo todo, que parece que a vida é uma peregrinação fluida para atingi-lo.

Estudamos, aprendemos, trabalhamos, viajamos, nos exercitamos, lemos, jogamos, comemos, nos divertimos, contemplamos, nos preocupamos... e parece que no fim das contas é o amor que esperamos bater à porta – ou à janela, ou derrubar a estrutura com um aríete.

E eis que o tempo dita se o enlace vai ou não adiante. Não é o sentimento. É o tempo. Quem participa de momentos diferentes não interage. Mesmo para alguém abdicar de alguma coisa, a frequência precisa ser igual ou próxima.

“Não é quem, é quando”. Uma convenção que se calcifica em nós.
(Gustavo Jaime)

12 de julho de 2009

Caráter - onde está você agora?

Você conhece o Caráter? É um rapaz gente fina que pouco é lembrando em rodas sociais, que dirá dentro dos relacionamentos. É um cidadão trabalhador, digno, honesto e que deveria ser mais valorizado, mas como tudo na nossa sociedade, por não ter uma imagem e um corpo tão atraentes, é deixado de lado sem o menor pudor. Você o viu por aí ou já o tirou de sua vida como muitos?

Homens e mulheres não têm mais o hábito de ter Caráter como amizade. Dizem que ele é demodè e que não podem ser vistos em sua companhia, dá vergonha. Outras moças foram chamadas para o substituir: a Traição, a Mentira e a Desonestidade são amigas de carteirinha daqueles que deixaram o Caráter de lado. Acham que estão abalando, só não sabem que serão, ao fim, todos frustrados em suas bases, amizades, namoros, casamentos, estando ao termino dos dias ao lado de uma outra jovem: a Solidão.

Não entro no mérito se são homens ou mulheres que estão mais sem caráter. Eles foram, afinal, ótimos professores. E, meus caros, se vocês ainda estão dentre aqueles que ainda acham que existem mulheres que podem igualar-se à falta de caráter de muitos homens, é sinal de que estão indo, enquanto elas já estão voltando. É, vocês têm muito a aprender sobre algumas das mulheres modernas.

O resultado é que vemos ambos tão assexuados com sua falta de decência que no fim o gênero não é mais o que importa. São pessoas que não enxergam além dos prazeres momentâneos e agem por puro instinto, aqueles velhos animais irracionais, Com o tempo ou lembraram do velho amigo Caráter por provar do próprio veneno ou por uma dor maior ainda. Chamo Aristóteles para o papo e finalizo este texto: "O nosso caráter é o resultado da nossa conduta. Só fazendo o bem se pode realmente ser feliz." Preciso falar mais alguma coisa? (MP)

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Mulheres, aviso-lhes de antemão: se não gostam de uma polêmica não prossigam nesta leitura. Stop! O meu texto está recheado de muita pólvora, querosene e, claro, uma verdade “explosiva e perigosa” – isso mesmo, o circo vai pegar fogo! Você quer uma opinião masculina sobre caráter? Os homens realmente não entendem muito a precisão do vocábulo, mas, logicamente, não estamos desacompanhados. As mulheres estão conosco, contudo não são quaisquer mulheres.

Um jeito Norminha de ser revela, mais e mais, um pouco do caráter do universo cor de rosa. Quem é Norminha? Uma personagem da novela global “Caminho das Índias” que, vamos dizer, é pouco devota ao marido e adepta de uma maneira heterodoxa de viver um casamento. Ah, você não é de assistir novelas? Eu a descrevo para você. A Norminha, meu caro leitor, é o pecado num corpo de mulher, vestida, ou melhor, forrada com roupas decotadas, insinuantes e dona de um caráter “mínimo”. O leitinho é a sua arma fatal!


O sonho de muitas mulheres (sem generalizar!) é sair do armário e partir para o ataque, destemidamente, como a personagem sobredita – muitas até seguem-na, no entanto, agem surdinamente, são mais cuidadosas, não é mesmo? O mau caráter, meu caro amigo, está igualmente partilhado entre homens e mulheres, e pega carona nas escolhas que realizamos diariamente, independentemente do gênero. As mulheres não são mais dignas do que nós homens – e nunca serão! As Norminhas não deixam dúvidas! Alegria, alegria! (CE)



5 de julho de 2009

Ele não está tão afim de você

Os sinais realmente existem? O interesse ou desinteresse e a alta ou baixa audiência do relacionamento podem ser medida? Sim. O amor e as mulheres nos cegam na mesma proporção, mas um pouco de experiência e observação, e vamos notar que elas também deixam rastros e pegadas enormes das mudanças de comportamentos, caro leitor. O negócio é ficar de antena ligada, porque o amor é um sentimento traiçoeiro ou muitas vezes insano e sem explicações aparentes.

A testosterona, pelo visto, é um grande remédio natural para os problemas do ego, já que nós homens somos, vamos dizer, mais “otimistas” por natureza. O nosso jeitão masculino de notar o interesse das mulheres, embora quase primitivo, continua reinando até hoje. Um recadinho ou uma espiadela mais atenciosa das mulheres, por exemplo, e o nosso nível de convicção está nas alturas. A prova mais cabal são as ligações repentinas delas, não é mesmo? A teoria masculina é indelével.

Os sinais também revelam, por outro lado, qualquer desinteresse ou desleixo no relacionamento das nossas companheiras. As mulheres, quando desinteressadas, ficam estranhas, desconversam, não ligam, ficam evasivas, podemos apostar inclusive que o relacionamento está no leito de morte. A sabedoria popular reza inclusive que “mulher é igual sombra, se você corre atrás ela foge, e se você foge, ela vem atrás”. O jeito é aprender a decifrá-las, já que elas não vêm com manual de instruções! (CE)


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Gosto musical à parte, sugiro escutarem a música "If I were a boy". Ela tem mexido com o brio e a segurança de muitos homens e uma reflexão é sempre válida. "If I were a boy" é um link para o assunto de hoje: Ele não está tão afim de você. O cara não lhe liga mais com tanta frequência, não chama para sair com seus amigos, não tem tempo mais para você, olha demais para outras mulheres, mostra-se o presidente da falta de caráter, não se mostra num compromisso sério, não fala de futuro, não lhe escuta e só reclama? meu bem, acorde para a vida, ele não está afim de você.

Se o namoro está começando agora, sugiro arrumar suas malas. Se já tem um tempo, sugiro a mesma coisa. Sabe a velha frase “não trate como prioridade quem te trata como opção”? Pois bem, você não é prioridade na vida deste cidadão. E por pior que seja a realidade, é melhor saber logo do que continuar num relacionamento que tende ao fracasso.

Homens são egoístas. Com algumas agradáveis exceções, claro. Olham apenas para o próprio umbigo, fazendo a relação ser agradável, sobretudo, a si e a seus interesses. Quando isso é minado, eles fogem sem remorso. Acham-se reis, e confiam em demasia no próprio taco. Esquecem-se, no entanto, que mulheres estão mais independentes e a cada dia com maior autoestima. Podem ser racionais, mas não quando se trata de irem atrás de outro rabo de saia, aí há similaridades com os animais, aqueles irracionais que agem por instinto. Assim, fique atenta aos sinais e saiba quando abandonar o barco e deixar quem não lhe merece à deriva.

Muitas pessoas continuam um namoro por interesses, pelo medo de estarem sós ou por mero sadismo em gostar de fazer o outro sofrer. Pois cá entre nós lhe digo: a vida não é uma máquina de torturas. Por que então você se permite sofrer tanto por quem não vale a pena? Saiba que muitos usam as pessoas e depois jogam fora como se fossem cadarços velhos. Você é um cadarço velho? Então por que continua amarrada a quem não presta e não lhe dá valor? Valorize-se! Não use uma tampa ralada enquanto pode tornar-se uma panela de pressão com a adaptação certa.


* Em resposta ao texto do meu caro colega, acima, lembro somente que camarão que dorme a onda leva.


1 de julho de 2009

Pausa para o café

Duffy : Warwick Avenue Lyrics

When I get to Warwick Avenue
Meet me by the entrance of the tube
We can talk things over a little time
Promise me you won't step out of line

When I get to Warwick Avenue
Please drop the past and be true
Don't think we're okay just because I'm here
You hurt me bad, but I won't shed a tear

I'm leaving you for the last time, baby
You think you're loving, but you don't love me
I've been confused, out of my mind lately
You think you're loving, but I want to be free
Baby, you've hurt me

When I get to Warwick Avenue
We'll spend an hour but no more than two
Our only chance to speak once more
I showed you the answers; now here's the door

When I get to Warwick Avenue
I'll tell you, baby, that we're through

I'm leaving you for the last time, baby
You think you're loving but you don't love me
I've been confused, out of my mind lately
You think you're loving, but you don't love me
I want to be free; baby, you've hurt me.

All the days spent together
I wished for better,
But I didn't want the train to come
Now it's departed -- I'm broken hearted,
Seems like we never started
All those days spent together
When I wished for better
And I didn't want the train to come

You think you're loving, but you don't love me
I want to be free.
Baby, you hurt me, you don't love me,
I want to be free; baby, you've hurt me.