Novelas, filmes, romances, casamentos reais. Onde quer que a gente vá há bombardeio de contos de fadas regados a príncipes encantados em cavalos brancos com princesas de sorrisos brancos a la colgate. Crescemos sendo voyers de tudo isso com a vontade de ter um dia um homem perfeito em uma mansão cor de rosa e filhos obedientes e com QI acima da média. Só esqueceram de nos avisar que a realidade é algo muito, muito distante.
Acordar com um beijo de cinema todo dia deve ser uma maravilha, bem melhor que levantar com um bafo de dragão que assusta qualquer vilão de desenho animado. Assim como deve ser bom ser surpreendida todo dia com uma prova de amor em outdoors, flores no travesseiro e buquês de rosa. Sim, bem melhor do que passar uma hora no trânsito, ter que chegar em casa e fazer o jantar e ainda retirar a toalha molhada de cima da cama. É, deve ser melhor um sonho que nos contam desde berço à realidade de unhas e saltos quebrados, beijos negados e amores falidos.
Mas o fato é que estamos acordadas. Quando nos beliscam (entre outras coisas) dói, quando nos apaixonamos nem sempre somos correspondidos com beijos e anéis e quando cantam pra gente nem sempre são poesias (às vezes o ápice são os funks com "osa" no final das rimas.)
Portanto, pesadelos à parte, ao invés de esperarem que o sapo vire príncipe, distanciem-se das ilusões romanceadas que nos envolvem, antes de aprofundarem-se em expectativas que só nos distanciam do verdadeiro amor. Sem contos, sem poesias, sem beijos eternos, mas a depender de nós, muito mais saborosos e divertidos.