Migalhas são para passarinhos, por que algumas pessoas insistem em considerá-las uma forma de alimento para uma relação? Ou está ou não está numa relação. Nada de copos meio cheios ou meio vazios! Já dirigiu com o corpo metade para fora do carro? Já depilou só metade da perna? Gosta de receber metade de atenção ou metade do salário? Pois bem...migalhas passarinhos aceitam, humanos não os sãos.
20 de janeiro de 2011
11 de janeiro de 2011
Pausa para o café: Bando
Bando
Publicado na revista Los Dos
Nós, homens, somos seres amaldiçoados: passamos metade da vida buscando a mulher ideal e a outra metade procurando desculpas para sair com os amigos, sem que ela fique brava com a gente.
Mulheres, não nos julguem mal. Há algo de infantil em nossa alma que nunca amadurece. Um sentimento de bando que começa ali no tanque de areia, com quatro ou cinco hominhos cavucando e jogando conversa fora, e jamais se perde. “Que que cê tá fazendo aí, castelo?”. “Não, vulcão. E você?”. “Um túnel”. “Ah, legal. Posso ajudar?”. “Chega aí. Cava desse lado que eu cavo desse, vamos ver se junta”. O futebol de terça à noite, a cerveja domingo à tarde, o boliche ou a pescaria nada mais são do que repetição da mesma cena: quatro ou cinco moleques, sem nenhuma mulher por perto, dedicando-se a alguma tarefa simples e inútil.
Entenda, cara leitora, que não é por machismo que queremos ficar entre os do mesmo gênero, algumas horas por semana. É que a presença feminina sempre nos inibe. Exige seriedade, responsabilidade, maturidade. Diante de uma mulher, não há como não assumirmos nossas inúmeras personas de filhos, maridos, alunos. Por mais a vontade que estejamos, uma parte de nosso ser sempre estará alerta, preocupada em não falar com a boca cheia, não botar mostarda no feijão, usar corretamente os pronomes e plurais. Por que é assim? Porque as mulheres são chatas? Nada disso, é porque não queremos fazer feio, queremos impressioná-las bem, escondendo o Homer Simpson que vive em cada um de nós.
Se você for pensar bem, todos os grandes feitos do homem foram desculpas que arrumaram para ficar com os amigos sem que suas mulheres brigassem. Veja as grandes navegações: você nunca achou estranho que os caras saíssem da Península Ibérica e dessem a volta na África atrás de especiarias? É que eles precisavam de uma ótima explicação para se meterem em barcos por meses, só com homens e tonéis de bebida, parando de porto em porto. Voltando carregados de canela, cravo, cardamomo, açafrão e companhia, a barra ficava um pouquinho menos suja, em casa.
Mais tarde, Cabral, Pero Vaz e sua turma disseram que iam pras Índias, mas cruzaram o Atlântico, chegaram ao Brasil e encontraram várias índias nuas, “com as vergonhas mui saradinhas”, como escreveu Caminha ao rei. O que fizeram nossos portugas, para não dar chabu, na volta? Carregaram seus barcos com troncos de uma árvore de onde se extraía boa tinta vermelha, para tecidos. Disseram, “olha só, querida, erramos o caminho, voltamos meses após o combinado, mas agora você pode, finalmente, tingir as cortinas da sala”.
Assista Apolo 13 e você vai ver que a ida a Lua foi basicamente a mesma coisa. Um bando de homens construindo um brinquedinho capaz de levar três deles até nosso satélite natural. Fazer o que, lá? Picas! Ficar sem tomar banho, batendo papo, urinando num saquinho (sem se preocupar em levantar ou abaixar a tampa), comendo só comida industrializada, depois pousar, descer, coletar umas pedras, entrar na nave e voltar pra Terra. É o tanquinho de areia, elevado à milésima potência. E quando a nave falha e a brincadeira ameaça dar em tragédia, qual é a primeira cena que o filme mostra? A esposa de um deles, puta, ligando pra NASA: “que que tá acontecendo?!”. O cara lá da agência espacial, espécie de líder do tanquinho, diz pra mulher ficar calma, eles vão dar um jeito naquilo. Então convoca todos os cientistas e, por dias a fio, trabalham sem descanso. Claro. O que estava em jogo ali não era só a vida de três seres humanos, mas a palavra de todos os homens da Terra, quando dizemos que não é para elas se preocuparem ao sairmos, que vamos logo ali, encontrar uns amigos, fazer sei lá que coisa simples e inútil, mas voltamos antes do jantar – com um potinho de canela, suco de pau Brasil, uns peixes da pescaria ou uma pedra da lua.
Não era de se admirar que, com tanto em jogo, os astronautas chegassem vivos.
Será?
"O rico e o pobre são duas pessoas. O soldado protege os dois. O operário trabalha pelos três. O cidadão paga pelos quatro. O vagabundo come pelos cinco. O advogado rouba os seis. O juiz condena os sete. O médico mata os oito. O coveiro enterra os nove. O diabo leva os dez. E a mulher engana os onze." (Nelson Rodrigues)
9 de janeiro de 2011
Um segundo que antecede o beijo
Um segundo que antecede um beijo é um segundo que antecede a vida, suas mudanças, seus suspiro, seus sorrisos. Naquele instante, não sabemos o rumo que levaremos, mas como loucos, nos deixamos levar por um simples beijo. O que vem dali ninguém pode prever. Mas quem deixa de arriscar-se por conta disso?
O mesmo em relação a nossos sonhos, desejos, romantismo, entrega. Muitas vezes tememos dar um passo, uma resposta, fazer uma pergunta pelo simples medo do que virá depois. Nessas horas, lhes digo, se entreguem como num beijo. O que virá será sem dúvida muito melhor do que a inércia de nunca ter tentado. Bisous! (MP)
7 de janeiro de 2011
3 de janeiro de 2011
Atenção
Queridos amigos e leitores,
Pedimos desculpas pela ausência, mas passamos por delicados problemas pessoais. De volta, retomamos não apenas o blog, mas inauguramos o twitter do Dois em Xeque. Isso aí, o amor em todas as redes!
Fiquem à vontade para seguir, não seguir, chutar o baldinho ou tomar um café com uma prosa de no máximo 140 caracteres conosco:
Até lá!
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