Pensei que fosse impressão. Jurei que fosse impressão. Clamei que fosse impressão. Mas não, não era. Os casais cada dia têm sim se ferido mais com gritos, ofensas, términos. Desgastam a si, ao outro e aos dois e com motivos são fúteis, inúteis em sua maioria.
A toalha molhada em cima da cama, a lâmpada queimada e esquecida, o carro com quilometragem além da devida, o atraso de cinco minutos para o encontro. Todos, no momento, considerados motivos suficientemente grandes para um término, mas que não passam de tampas de vasos levantadas. São apenas estopins após um tempo longo (a depender do protagonista) de levar com a barriga outros problemas maiores ou menores, mas não dialogados.
Ao longo da vida a dois, vários são os instantes em que acobertamos nossos sentimentos, dúvidas, anseios, por medo de uma reação. Vamos deixando, deixando, sendo relapsos com nossos próprios sentimentos e anseios. Quando menos percebemos (ou se percebemos ignoramos mais uma vez) lá vem a tampa do vaso para azucrinar a relação. Primeiro vem a ofensa, depois grito e por fim um término.
Tudo teria sido evitado se na primeira vez o diálogo tivesse substituído a negação. Agora talvez já seja tarde demais. (MP)
2 comentários:
A falta de tolerância é o maior problema hoje em dia.Ótimo texto.Bjos
Intolerância zero = amor abaixo de zero. Pena que mentalizamos muito isso, mas na hora de praticar é que vêm as discussões lideradas pelo orgulho.
Beijos, Juliana!
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